Os carros sem condutor estão mesmo ao virar da esquina. Literalmente.




David Williams, jornalista automóvel nacional e vencedor de um prémio de segurança rodoviária

Esta semana, tive uma conversa profundamente fascinante com um homem que tem refletido muito sobre as questões relacionadas com os automóveis de condução autónoma ou "autónomos", e fiquei a pensar se estaremos realmente preparados para eles.

Converti-me quando, no ano passado, participei numa grande conferência sobre o futuro dos transportes em Chengdu, na China, organizada pela Michelin (http://www.challengebibendum.com/). Falei com vários especialistas de renome que me convenceram de que o verdadeiro automóvel autónomo estava mesmo ao virar da esquina. Tecnicamente, tenho a certeza que sim. Do ponto de vista jurídico, ainda está longe, porque ninguém parece ter a certeza de quem será responsabilizado em caso de acidente. O condutor? O fabricante do automóvel? O fornecedor do componente, no carro, que não conseguiu evitar o desastre? E como é que se programa o automóvel?

Se detetar um camião em sentido contrário a entrar na sua faixa de rodagem e não houver tempo para travar, programa-o para o salvar, desviando-se para o passeio, onde pode haver um peão, ou para a ciclovia, onde há um ciclista? Ou sacrifica-o a si, o condutor, mantendo-se na sua trajetória? É um debate bem ensaiado.

O que é menos ensaiado é a forma como os veículos e os peões, e os ciclistas, se vão misturar de todo - e como as próprias pessoas vão reagir. Como salienta John Adams, professor emérito de Geografia na University College London, tudo faz sentido na solarenga Califórnia, onde há estradas largas e muito espaço para peões e ciclistas. Na rara ocasião em que um carro é confrontado com um humano, não haverá problema em que seja programado para se comportar de forma deferente - e ceder a passagem.

Mas em Londres, ou Birmingham, ou Manchester, ou Cardiff ou Glasgow, onde há um turbilhão louco de peões, ciclistas, a ocasional carroça puxada por cavalos, os condutores de despachos e assim por diante? Como é que isso poderia funcionar? "A deferência programada para com os outros utentes da estrada tornar-se-ia rapidamente óbvia para os peões e ciclistas", disse-me o Sr. Adams. "Seguros de que agora são os reis e as rainhas da estrada, o seu comportamento iria certamente mudar. Os peões deixariam de se encolher na berma da estrada - seriam libertados para entrar na estrada com confiança, sabendo que o trânsito pararia para eles. Os ciclistas poderiam desfrutar da liberdade de pedalar três a três, levantando os dedos do meio para os carros que buzinam atrás."

A não ser que se odeie carros, parece um pesadelo e acho que ele tem razão. Ele até acrescenta: "Ao conceberem uma resposta deferente nos automóveis, terão inventado um novo e excitante jogo para as crianças: atirar a bola e ver o carro parar..." Diz que isso poderia resultar numa "paralisia deferencial" numa cidade como Londres, que é onde, por acaso, ele vive e gosta de andar de bicicleta. Receia que possa levar a uma revisão fundamental das regras da estrada, com a passagem de peões a tornar-se uma infração grave e os ciclistas obrigados a permanecer apenas nas ciclovias.

E quem é que quereria isso? Sou um adepto do conceito de carro sem condutor, apesar de adorar conduzir, andar de mota e de bicicleta. Consigo vê-lo a funcionar nas auto-estradas, onde me sento e leio um livro. Mas em cidades, como Londres? Não consigo imaginar como.

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